terça-feira, 24 de julho de 2012

O PODER DA TV NO MUNDO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE




O que diz a Bíblia

A Sabedoria é dom do Espírito Santo que nos ajuda a compreender a vida e discemir o bem do mal. Ela penetra os corações e dá sentido a todas as coisas. É pela Sabedoria que podemos entender o mundo e as forças que atuam nele. Por meio dela somos capazes de fazer uma opção por Deus e sua proposta de vida, vida em abundância. 

Leitura: Sabedoria 7,21-30.



Artimanhas políticas e estruturais da TV comercial 

1.  A TV é um importante mecanismo usado pelos poderosos (elite) para vender fantasias, ilusões, controlaridéias e opiniões e manter o sistema de dominação econômica. 
2.  Só os grandes empresários, latifundiários, banqueiros, multinacionais conseguem  patrocinar os 
programas, por isso a TV mantém uma programação que seja de interesse desses grupos. 
3.  A programação da TV nos leva ao mundo da fantasia, fazendo-nos desejar ter o que não temos. 
Assimilamos a cultura da classe privilegiada e negamos a nossa. 
4.  Para alcançar alto índice de audiência e faturamento (lucro), os profissionais da TV apostam na temática de  erotização e genitalização em suas programações, porque são temas do interesse de muitos telespectadores. 
5.  Os programadores de TV usam outro atrativo: imagens de violência nos filmes policiais, terror, muito sangue. Tudo isso mexe com a tendência à destruição, ou seja, pulsão de morte que faz parte da estrutura psicológica do homem. Apesar da TV apresentar conteúdo de solidariedade, veicula muito mais programas violentos. 
6.  Outros atrativos da TV são os programas de disputa do saber, promoções milionárias, muito esporte, novelas cheias de tramas, telejornais, programas infantis, musicais etc., dando-nos a sensação de vitória e poder, de sermos a elite. 
7.  A TV também aproveita da nossa tendência para a novidade, o extraordinário, a "loucura", o 
extravasamento do nosso ser, fuga do cotidiano através de programas de ficção, conquista dos espaços, músicas da "pesada", histórias sobrenaturais, relatos absurdos etc. 
8.  As programações usam também como atrativos os modernos carros, belas mulheres, lindas e 
confortáveis casas, móveis maravilhosos, viagens a lugares paradisíacos, status, fama. É a sensação de sermos privilegiados como a elite, pelo menos por alguns minutos. 
9.  As inúmeras propagandas nos levam a um consumismo desenfreado. Passamos a desejar o que vemos na TV, sem nunca estarmos satisfeitos. Mesmo quando não compramos os produtos veiculados, por falta de dinheiro, ficamos "colados" na TV consumindo as propagandas sobre cigarro, o corpo, a bebida,o namoro etc. 
Nesta altura, levar os pais a uma reflexão: 
• Procure observar as programações da TV, relacionando o que você vê com a sua própria vida. 
• Tente ver o que e por que você está consumindo, onde estão as suas fantasias, suas idéias, se são a partir de sua elaboração ou de ideologias da classe privilegiada. 
• Nós adultos, que supostamente temos uma estrutura psíquica "amadurecida", estamos sujeitos a estes mecanismos de persuasão e controle, imaginem as crianças, que estão em processo de estruturação! 


Como a TV afeta a criança  

A TV tem a capacidade de atrair as pessoas e envolvê-Ias na sua programação, direcionando o 
telespectador a neutralizar outros estímulos e estar voltado só para ela. Imaginamo-nos entrando na TV e nos identificamos e sentimos com as pessoas que estão dentro dela. Mas o que ocorre é uma imobilização, pois ficamos diante de algo com que não podemos trocar idéias, imersos num jogo de imagens rápidas, não nos interagindo com o que vemos, mas nos tornando sujeitos dele. 
As diversas imagens que vão surgindo rapidamente na TV, fruto da fantasia, não possibilitam à criança construir uma imagem real e original do mundo que a rodeia. Assim, as crianças correm o risco de ficarem confusas e com dificuldade de aprendizagem e organização intelectual. 
Também diante da TV, devido às alteração de sonoplastia nos programas: baixo, alto, grave, estridente, impactos etc., a criança corre o risco de ter uma perturbação acústica e dificuldade de distinção das palavras, além de estar se relacionando com personagens muito distantes de sua realidade e com um número elevado de imagens e sons. 
O relacionamento cotidiano e excessivo com personagens e situações fantasiosas pode produzir 
sintomas de estar sempre no  "mundo da lua". A criança pode também identificar-se com determinados heróis, chegando a negar a própria cultura familiar. Isto gera um sentimento de inadequação ao seu mundo: nega o que tem, o que possui, e se frustra diariamente, porque deseja e incorpora algo que está distante de sua realidade. 

Alguns sintomas geralmente relacionados com o hábito da criança de assistir exageradamente à TV: 

1. Transtorno no sono, causando superexcitação e ansiedade; 
2. Dificuldades no aprendizado e de concentração, por  causa da dispersão do conhecimento e da 
desorganização mental; 
3. Dificuldade de escrever (disgrafia), problema de leitura (dislexia), perturbações nas operações 
aritméticas (discalculia); 
4. Dificuldade para brincar, pois não sabe ou perde a capacidade de criar; 
5. Fobias (medos) de animais ou pessoas fortes; 
6. Mania de perseguição (sempre acha que alguém a está perseguindo); 
7. Mania de ser ou ficar satisfeito com o negativo ou o perverso; 
8. Tendência à imitação e à submissão; 
9. Retardamento e inibição do desenvolvimento. 

A TV na adolescência  

A passagem do ser criança para o ser adolescente caracteriza-se por um processo de perdas; por isso é dolorida. Podemos distinguir três perdas fundamentais: perda do corpo infantil (transformação corporal), perda de identidade infantil (transição para uma nova identidade), perda dos pais na infância. 
Onde entra a TV como uma dificuldade neste processo? Cria a falsa idéia de que "sofrer, perder" é coisa negativa, gerando a necessidade de levar vantagem em tudo e dificultando a interação com o que significa realmente perder. 
A estimulação sexual acentuada na TV remete à criança/adolescente o desejo de crescer rápido, de 
vivenciar o mundo das sensações erógenas, tirando dela os momentos de vivenciar seu corpo de 
criança/adolescente. Muitas vezes a entrada na adolescência, por causa desta falsa expectativa, gera 
decepção frustração, angústia e revolta. Mas a TV passa a idéia de que a conquista da etapa futura será uma aventura gostosa, saudável, uma verdadeira "curtição", sem dor nem sofrimento. 
A TV estabelece a noção de que crescer é não depender dos pais e ter o direito de fazer o que bem 
entender, criando a sensação de que os pais não continuarão exercendo poder sobre seus filhos. E, ao mesmo tempo, provoca nos pais a perda de referências, isto é, devem ou não continuar exercendo influência sobre seus filhos? O adolescente cria em seu imaginário a noção de que pode tudo, mas no seu desenvolvimento necessita do suporte do adulto e da sua proteção, gerando ambivalência de sentimentos e conseqüente ansiedade. 

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