segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Importância do(a) catequista na sociedade hodierna


Por: DOM EURICO DOS SANTOS VELOSO 
ARCEBISPO EMÉRITO DE JUIZ DE FORA, MG.

Para termos uma vaga idéia da necessidade do(a) catequista hoje, basta abrirmos os jornais, onde vislumbramos tanta violência, desrespeito aos direitos mínimos do ser humano, tantos desvios de conduta daqueles que o povo escolheu para conduzir a sociedade. Vivemos em uma sociedade hedonista, consumista, injusta, sem qualquer espiritualidade, como se a vida fosse um festim, iniciada com o nascimento e finda com a morte. Nessa linha de raciocínio, entende-se, então, ter que “curtir” a vida, porque tudo se acaba, tudo passa com o final da vida.

Com efeito, o homem “encontra-se, pois, dividido em si mesmo, e, assim toda a vida humana, quer singular, quer coletiva, apresenta-se como uma luta dramática entre o bem e o mal, entre a luz e as trevas. Mais: o homem descobre-se incapaz de repelir por si mesmo as arremetidas do inimigo: cada um sente-se como preso com cadeias. Mas o Senhor em pessoa veio, para libertar e fortalecer o homem, renovando-o interiormente e lançando fora o príncipe deste mundo (Jo 12, 31), que o mantinha na servidão do pecado” (in “Gaudium et Spes”). Ressoa como esperança o grito da alma, sempre em busca de seu Deus e criador: “Fizeste-nos para Ti, Senhor, e o nosso coração inquieta-se enquanto não descansa em Ti” (Santo Agostinho in “Confissões”).

Bem, por tudo o que acima referimos, pode-se vislumbrar a importância do(a) catequista para a sociedade de hoje, pois ele(a) é o transmissor, ao lado da Igreja hierárquica das verdades transmitida por Jesus Cristo, única salvação.

Com efeito, toda catequese se faz ao redor de Cristo Jesus. “É o “Cristocentrismo’ da Catequese, procurado com insistência pelo Sínodo dos Bispos de 1977 e tão ricamente ilustrado pelo Papa João Paulo II no capítulo I da ‘Catechesi Tradendae’. ‘Cristocentrismo’ significa não só que Cristo deve aparecer na Catequese como ‘a chave, o centro e o fim do homem, bem como toda a história humana’ (GS 10), mas que a adesão à sua pessoa e à sua missão, e não só a um núcleo de verdades, é a referencia central de toda a Catequese” (n. 95 e 96 – Doc. 26 da CNBB – “Catequese Renovada”). O(a) catequista é, pois, o leigo engajado na missão de mostrar ao mundo contemporâneo que Cristo, caminho, verdade e a vida, é a única solução para que o homem de hoje tenha unidade consigo mesmo e dê um sentido final a sua vida, muitas vezes palmilhada por sofrimentos e dores.

Com efeito, o(a) catequista vivendo na sociedade pode, numa linguagem menos clerical, falar ao homem de hoje, entender seus problemas e indicar-lhe o caminho da paz , da serenidade e da alegria de viver, tudo isso sem desvio da integridade da mensagem de Cristo e de sua Igreja. Cristo mesmo, como se vê nos Evangelhos, sempre deu destaque à catequese, tanto assim que enviou 72 discípulos para levar a boa nova a lugares, onde Ele não tinha estado. Deu aos enviados a missão de levar a paz, sem outro qualquer objetivo. “Depois disto, designou Jesus outros setenta e dois e enviou-os dois a dois, adiante de si, a toda cidade e lugar onde havia de ir. E lhes disse: ‘A messe é grande e os operários são poucos; rogai, pois, ao Senhor da messe que mande operários à sua messe. Ide, envio-vos como cordeiros ao meio de lobos. Não leveis bolsa, nem alforge, nem sapatos e a ninguém saudeis pelo caminho. Em qualquer casa em que entrardes dizei primeiro: A paz seja com esta casa... Em qualquer cidade onde entrardes e vos receberem, comei o que vos for servido e curai os enfermos que nela houver e dizei-lhes: O reino de Deus está perto de vós’” (Lc 10). Ora, não se pode negar que esses 72 discípulos foram os primeiros catequistas. E dessa forma, o(a) catequista deve ser, antes de tudo, um propagador da PAZ, como o Senhor deseja e quer para o mundo de hoje.

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